O direito de cada um de decidir
setembro 29, 2016
Tenho uma professora que toda vez que entra na sala
para dar aula tem que contar uma história da sua vida, normalmente uma bem
engraçada que acaba em calças rasgadas ou confundir pessoas na rua, mas teve
uma que não me fez dar risadas. Ela estava contando sobre a influência da
sua mãe sobre as decisões que tomou ao longo da vida, sobre como ela odiou a
faculdade de direito que foi obrigada a fazer e como chorou todos os dias do
seu primeiro casamento, por que o homem com quem sua mãe a "casou"
era um idiota, confesso que aquilo não fez muito sentido para mim.
Sempre acreditei no direito de cada um de fazer suas
próprias escolhas, o curso que você quer, o cara com quem vai casar, a onde vai
morar, se quer ou não ter filhos, ou se prefere casa ou apartamento,
independente das pessoas que estão a sua volta. No inicio da adolescência eu
fui uma pessoa que se deixava levar pela galera e fiz sim coisas que não queria
só para fazer parte de um determinado grupo ou para ficar bem com o garoto que
eu estava afim, mas mais rápido do que a maioria, descobri que definitivamente
não nasci para viver pelo que achavam que era o melhor para mim, por que no fim
sou eu, e só eu, que vou viver com as consequências daquilo que escolher, e a
ideia de um dia acordar e descobri que odeio minha vida me assusta muito mais
do que ser rejeitada por alguns que não aceitam o fato de que são as minhas escolhas que me fazem feliz, e que se não fizerem pelo menos foram minha decisões que me fizeram sofrer e aprender.
Era para se uma aula de inglês comum, mas trouxe uma
lição maior do que interpretação de texto em uma língua estrangeira, apesar de
passar alguns anos vivendo uma vida que escolheram para ela, minha professora
tomou as rédeas da própria vida, fez uma faculdade que realmente gostava, casou
com um cara que realmente amava, aprendeu com suas próprias tentativas e erros,
foi preciso que na vida dela se realizasse um dos meus piores pesadelos, ela
teve que acordar odiando sua vida para realmente acorda para a vida. Sobre o
texto que ela passou não lembro uma palavra, mas essa lição não vou
esquecer.
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